terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Professor da UFRPE se aborrece com 'homossexual histérico'

O professor UFRPE, que se tornou alvo de críticas na web e de alunos da instituição por fazer posts considerados homofóbicos no Facebook, em entrevista do G1 nesta terça-feira (14), declarou que se aborrece com homossexuais que têm “comportamento histérico”. “Esse tipo, ele aborrece qualquer um, dá desmaio, estraga festa, todo mundo se aborrece. Se, por exemplo, um machão se envolve em uma confusão, chamam logo a polícia. Se for um homossexual, chamam um psicólogo. Por que não chamam a polícia também?”, questionou. 

Apesar das declarações, o docente de engenharia de pesca Ademir Ferraz, 62 anos, negou ser homofóbico e acrescentou estar sendo alvo de uma briga política. Durante a entrevista, também afirmou estar “superarrependido” e pediu desculpas “a todos os segmentos de tendências sexuais”. “Não tive a intenção de ferir ninguém”, ressaltou.

O professor afirmou estar sendo alvo de uma perseguição motivada por uma briga política envolvendo a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe). Nos últimos dias, ele fez comentários em sua página pessoal no Facebook dizendo que tem "ódio de homo galinha" e comparando gays a homens que batem em mulheres e políticos corruptos.


“O termo deu margem para que os caras me pegassem. Eles querem a saída do advogado da Adufepe e eu sou contrário. Também fiz críticas ao DCE [Diretório Central dos Estudantes] porque os alunos de zootecnia estão em greve e eles não fizeram nada. Não há nada de homofobia. Isso iria acontecer com qualquer outra situação. Eu disse o que alguns homossexuais famosos já disseram, que ficavam indignados com homossexual espalhafatoso. Se o cara disser que um branco é safado, não dá em nada. Agora, se você disser que um negro é safado, imagine o problema”, comentou.

Denúncias serão investigadas

A assessoria de imprensa da UFRPE informou que a ouvidoria da instituição recebeu, nesta terça, 35 denúncias sobre a conduta do professor. As queixas serão encaminhadas à Reitoria, que vai investigar o caso e decidir se cabe punição ao docente. Não há prazo para o conclusão do processo.

Em nota, o DCE afirmou estar indignado com o conteúdo das mensagens publicadas pelo docente. "O mais estranho é que o professor da nossa universidade deveria colocar o conhecimento a serviço de uma educação livre de opressões, de caráter emancipador e não reproduzir discursos de ódio". Em comentário feito no Facebook, o vice-reitor da UFRPE, Marcelo Carneiro Leão, ressaltou que a UFRPE e sua administração é contra qualquer forma de preconceito, “seja ele de gênero, raça, opção sexual, etc. Reforço também minha indignação pessoal contra qualquer forma de preconceito”.

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