O Governo federal Brasileiro está usando uma arriscada manobra contábil para alcançar as metas de superávit primário apresentadas na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). Isso tudo sem a menor desfaçatez, extravagâncias são praticadas para se obter o número que o governo federal deseja e para isso vale transformar dívida em receita e eliminar despesas com o intuito de melhorar os resultados.
Como diz o matuto estão maquiando o “diabo”.
Com isso a reputação e a seriedade fiscal conquistada durante a década passada estão na berlinda.
O governo federal exclui gastos públicos, como o do PAC, da apuração do saldo para diminuir aumentar o saldo dos cofres. Tudo ilusão e pasmem legal.
Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, "Nunca adotamos qualquer medida fiscal que fira a legislação. Mesmo assim já me comprometi, e volto a fazê-lo agora, a não adotar mais nenhuma medida administrativa que suscite alguma dúvida a nossa política fiscal”.
Sim não no ordenamento jurídico Brasileiro nada que proíba esta manobra. Por outro lado no mundo há e é considerado desonestidade já que queira ou não, essa é uma despesa pública e como tal deveria ser abatida da arrecadação. É difícil imaginar um argumento convincente que explique esse tipo de manobra. Mas, a chamada "contabilidade criativa" vai mais longe ao transformar gastos e operações de endividamento em receita primária.
O governo federal adotou, no ano passado, manobras contábeis para cumprir a meta de superávit fiscal do ano, gerando desconfiança dos agentes econômicos em relação à determinação do governo federal de manter as contas fiscais equilibradas.
Outro ponto é a utilização de receitas de concessões na apuração do superávit primário. Recentemente, o governo federal anunciou que pretende utilizar essas possíveis entradas extraordinárias de recursos para melhorar o saldo primário. Essa prática pode ser tão ou mais prejudicial do que a "contabilidade criativa" porque potencializa desarranjos macroeconômicos, jogando para governo federal s e gerações futuras os custos de suas correções. De um modo geral, as ações para mascarar as contas públicas poderiam ser classificadas como uma "contabilidade destrutiva".
Segundo a consultoria Tendências, entre 2009 e 2012,o governo federal manipulou R$ 590 bilhões para obter o resultado que queria. As metas foram alcançadas, mas a realidade é outra.
Na sua essência, as manobras tem duas facetas. Uma é financeira, é relativamente simples, ocorre quando os pagamentos para servir uma dívida são insuficientes para pagar os juros, isso aumenta a percepção de risco de crédito e induz a taxas mais altas e prazos mais curtos, agravando o problema.

Outra manobra foi dada na PETROBRAS. A Petrobras (PETR3 e PETR4) anunciou lucro líquido de R$ 6,201 bilhões no 2º trimestre, revertendo prejuízo de R$ 1,3 bilhão no mesmo período do ano passado. Porém, a empresa viu o lucro desacelerar 19% em relação ao 1º trimestre do ano, quando ganhou R$ 7,693 bilhões. Mas a manobra é legal e permite que empresas reduzam impactos provocados por variações cambiais em seus resultados, desde que gerem fluxos de caixa futuros em moeda estrangeira no sentido oposto.
A opção da equipe econômica foi apelar para a “contabilidade criativa” para jogar para debaixo do tapete aquilo que já era sabido: a situação econômica do país estava ruim. Se não bastasse os atrasos no reconhecimento das importações de petróleo, prorrogados para o primeiro trimestre de 2013, a Petrobrás se viu envolvida em escândalos que dilapidaram o seu caixa em pelo menos US$ 1 bilhão, como o caso Pasadena (EUA). Agora novos problemas surgem, adora o Imposto de Renda e as Contribuições Sociais.
A manobra elevará o lucro e possibilitará o pagamento maior de Imposto de Renda, Contribuição Social, assim como de dividendos para os acionistas (leia-se governo como maior acionista). Caso houvesse o reconhecimento da totalidade da perda cambial nada seria desembolsado, evitando nova descapitalização da empresa. Portanto, se a situação de mercado permanecer, é possível que o crescimento deficitário seja maior. O fato é que os analistas já estão de olho nesse cenário e o reconhecimento da perda cambial ainda não refletida no resultado vai reduzir o patrimônio líquido contábil da empresa.
O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto, destacou que "a inflação de 6,5% é desconfortável", pois no mundo apenas quatro ou cinco países tem um nível de preços superior a 5% ao ano. "Mas no Brasil ela não está fora do controle. Não há nenhuma catástrofe", O ex-ministro destacou, contudo, que "as manobras" contábeis feitas pelo governo nos últimos anos fez com que o indicador que mede a dívida líquida se torna-se praticamente inoperante.
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