Os manifestantes que preferiram não se identificar, destacaram que estão buscando medidas jurídicas e compaixão dos deputados para compreender o processo que o animal passa. Eles reclamaram também que esse era um evento meramente para o entretenimento humano e cruel.
“Todos estamos ligados a entidades de proteção animal, a APAAB, Adota JP, Harpias, Opan de Guarabira, Movimento de Libertação Animal de Recife, ativistas de Natal. O Brasil inteiro está nos apoiando”, afirmou.
De acordo com Valter, que é membro da associação paraibana, a vaquejada é um esporte equeste e os animais são ‘muito bem tratados’.
O regulamento da Associação Brasileira de Vaquejada mudou acrescentando que é proibido bater nos animais, apoiar-se na cabeça ou no ombro, exceto para evitar a queda do vaqueiro. A Organização também baniu as esporas pontiagudas ou afiadas e o chicote, além do gancho que prendia o rabo do boi. “O aperfeiçoamento é para evitar debates e comparações com esportes violentos”, diz.
No Brasil são 10 federações, a maioria no nordeste. Eventos de vaquejada são realizados anualmente, movimentam mais de R$ 500 milhões por ano e geram mais de 600 mil empregos diretos e indiretos.
A Assembleia Legislativa reconheceu a vaquejada como esporte no final de janeiro e causou revolta das entidades de proteção animal. De acordo com uma das manifestantes, nenhum argumento ou alteração no regulamento convencem disso. “Diminuiram os maus tratos, mas a tortura continua.
Os manifestantes estavam encapuzados e de acordo com a representante essa atitude foi tomada porque “não sabemos o que pode vir de pessoas que exploram animais, que tem coragem de ganhar dinheiro com esse tipo de atividade. Se não tem respeito pelo animal não vai ter pelo ser humano”.
Questionada a respeito de outras atividades como hipismo e cavalgada, a manifestante afirmou que o animal naturalmente precisa fazer esporte e se mexer para seu bem estar físico e psicológico, mas rejeitou qualquer atividade que cause stress ou danos físicos.
A movimentação é contra a lei que instituiu a Vaquejada como Esporte e, para os manifestantes, jogou o nome do Estado na lama. “Hoje foi a primeira manifestação, outras virão até a lei ser declarada inconstitucional. Juridicamente o único caminho que podemos percorrer é esse, mas no Estado brasileiro são vedados os maus tratos a animais”, diz.
As entidades estão entrando na Justiça com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) junto ao Tribunal de Justiça da Paraíba (TJ-PB) por meio do Ministério Público Estadual. Se não surtir efeito, eles pretendem entrar com uma ADI pra o Supremo Tribunal Federal (STF) através do Ministério Público Federal. O movimento também vai acionar a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), caso o MP não atenda aos anseios, a Ordem pode representá-los.
FONTE: Marília Domingues / Rafael Oliveira
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